domingo, 15 de maio de 2011

Começo de conversa

Há algumas décadas é reincidente nos debates sobre educação, a importância da participação da comunidade na elaboração dos projetos pedagógicos escolares. Numa temporalidade um pouco mais recente, mas não menos recidiva, os esforços para que os diversos canais sociais adentrem o ambiente escolar ou sejam a expansão deste, se desdobram com o intuito de atender às demandas atuais de uma educação integral e, portanto, mais humanizadora.
A proposta que trago à baila não desconsidera a importâncias das demais. Com ressalvas quanto à aplicabilidade de algumas políticas de parcerias, é notória a importância do diálogo da escola com toda a comunidade com que, direta ou indiretamente, se relaciona.
Ocorre que educação não se dá só no ambiente escolar. Pais educam seus filhos o tempo todo, a empresa educa seus funcionários, os espaços dos condomínios educam crianças e jovens, enfim, os grupos educam. O que se deve questionar diante desse fato é: Qual é a intencionalidade da educação em cada um desses espaços? Há, sem dúvida, uma bibliografia imensa acerca das diferentes intenções e valores associados a cada um desses círculos de relações sociais, mas o pensamento que me incomoda é:
Até que ponto as pessoas têm a dimensão da importância de suas palavras e de seus atos como perpetuadores de comportamentos violentos, discriminatórios, traumáticos de uma forma geral?
Desenvolver o “apreço à tolerância”, preconizado em nossa Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e, não por acaso, em tantos outros dispositivos legais, tem sido um verdadeiro embate no ambiente escolar e, obviamente, fora dele. Tolerar não é ter “paciência com”, é respeitar o fato de que o outro é diferente de si, pensa diferente, age diferente, tem características físicas diferentes e, ainda assim, merece respeito.
Fica claro, portanto, que este não é um esforço a ser tomado somente pela escola, esta é indiscutivelmente o canal mais apropriado para isso (ou deveria ser), mas sozinha não é capaz de transformar o contexto social. É chegada a hora de cada um, individualmente, nos grupos onde atua tomar para si a responsabilidade por um mundo melhor, mais humano.
Esse blog pretende ser uma das “formiguinhas” a trabalhar para a construção desse mundo e todos estão convidados a participar. Profissionais de todas as áreas, pais, mães, amigos, sejam muito bem-vindos!

Um comentário:

  1. A Angeli aborda um assunto quente e da maior relevância. Até que ponto os Pais devem trazer para si a responsabilidade por estabelecer os princípios e valores básicos dos filhos e definir as balisas de comportamento entre o individual e coletivo? Até que ponto disciplina firme é bom para as crianças? Em que fase da vida delas funciona melhor dizer não... todo mundo acha que sabe a resposta... Eu acho que precisa ser melhor discutido. Com a palavra os especialistas em Educação Integral, Antroposófica, ou equivalente. Interessado em aprender. Façam os seus posts...

    ResponderExcluir

Vale lembrar, senhor ministro.

Em protesto silencioso, professores vencedores do prêmio Professores do Brasil,   erguem livro de Paulo Freire em foto oficial, com minist...