quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A reinvenção do prazer

Há alguns dias, durante um programa interativo de rádio, cujo tema discutia a escolha profissional de jovens e adolescentes, os pais expuseram suas aflições e dúvidas sobre “como ajudar seus filhos na escolha de uma profissão que lhes propicie prazer”. Diante da repetida preocupação ali observada, alguém fez um comentário que me causou impacto (e põe impacto nisso!):

“Ora, vamos parar com essa história de querer ter prazer em tudo! Prazer está em sexo, beijo na boca e comer, o resto fazemos porque precisamos e pronto.”

Não me recordo o nome do autor da frase, apenas sei que era um profissional da área da psicologia e/ou da educação. De qualquer forma, quero me ater à sua citação sem aprofundar-me na comprovação ou não de seu conteúdo, e sim, provocar algumas reflexões acerca dessa tese da busca incessante de prazer em tudo que se faz, especialmente no trabalho.

Aliar prazer e trabalho é simplesmente o máximo! E agora? Só resta aceitar a idéia de que devemos simplesmente trabalhar e pronto? Minha rebeldia não me permite tamanha passividade.

Talvez a grande sacada seja a reinvenção do prazer, tornando-o [sim!] um componente sine qua non do cotidiano profissional. É claro que, aos 16 ou 17 anos, não se pode ser tão assertivo na escolha de uma carreira, seria ingenuidade demais acreditar nisso. Contudo, durante toda a “estrada” é possível reinventar o prazer pelo trabalho e romper com a “zona de conforto” que absorve a alma dos profissionais, os aliena e tolhe de qualquer evolução.

Sobre esse tema, muito oportuna é a contribuição de Alcides Ferri: “A zona de conforto conduz o profissional à acomodação e à falta de iniciativa, ou vice-versa. O indivíduo permanece onde tudo é familiar. Na zona de conforto não existe aprendizagem (..) A aprendizagem existe na zona de desconforto voluntário.”

A partir dessa miscelânea de idéias soltas, concluo com a seguinte provocação: Você já experimentou reinventar o prazer pelo seu trabalho? Acomodar-se na zona de conforto te traz prazer? Não vivemos somente de sexo, beijo na boca e comida, então... Mãos à obra!

Vale lembrar, senhor ministro.

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