Quem de nós, em seus diversos contextos profissionais, ainda não se sentiu constrangido ao ser questionado sobre uma informação que fora transmitida via e-mail, e para a qual não demos a devida importância?
Não é preciso explanar aqui sobre as estatísticas atuais, para concluir que a rotina diária de trabalho nos expõe a um número tão grande de mensagens eletrônicas, que torna impossível a absorção qualitativa das informações ali expressas. Somos levados a estabelecer “filtros” que sintetizam a leitura, selecionando o que é importante e, humanos que somos, nem sempre o fazemos com 100% de acerto.
Sem nenhuma intenção de ser saudosista, não se pode negar que a era da informação tecnológica por excelência nos impõe desafios redobrados no que tange às estratégias de comunicação e informação, seus limites e possibilidades. Qual é o limite da comunicação via e-mail? Sinalizar uma mensagem eletrônica como de “alta prioridade” é suficiente para que seja compreendida? E ainda: essa comunicação substitui todas as outras?
O desafio de superar as falhas de comunicação nas organizações é antigo. Quadros de avisos, bilhetes e, hoje, as bateladas de e-mails. E continuamos nos perdendo em meio às informações, sem estabelecer propostas reais de comunicação. Sim! A escrita e a leitura não são os únicos meios de comunicação e, em grande parte das vezes, não são capazes de substituir a oralidade. Tenho me deparado com pessoas que, de tão habituadas à comunicação escrita, falam como se estivessem escrevendo. É o fim!
As relações humanas são, por natureza, complexas, permeadas de peculiaridades, muitas vezes conflituosas, mas à medida que nos afastamos do diálogo real, priorizando a comunicação eletrônica, certamente nos afastamos do entendimento, da construção de vínculos de confiança e respeito e, lamentavelmente, desumanizamos as relações.