quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Adolescência: quem está nessa fase, você ou seus filhos?

Gosto muito da abordagem educacional de Rosely Sayão*, em especial de sua forma ousada de não se utilizar de luvas de pelica para tratar das responsabilidades dos adultos em relação às crianças e adolescentes.

No artigo "Adolescência até quando", ela aborda a questão da incoerência de alguns comportamentos, considerados adolescentes, em pessoas mais velhas: 

[...] características antes creditadas apenas a adolescentes 
passaram a fazer parte da vida adulta também. 
A impulsividade, o imediatismo, a busca do prazer 
e da liberdade e o comportamento de risco, por exemplo, 
passaram a ser fatos corriqueiros na vida dos mais velhos.

Numa época em que as redes sociais explodem em rasas homenagens ao Dia das Crianças, insisto em provocar reflexões sobre qual é o papel do adulto na relação com elas. 

Enquanto pais viverem numa eterna adolescência, seus filhos estarão à mercê do acaso. É preciso, em primeiríssimo lugar, que o adulto reconheça-se como tal nessa relação que é, por princípio, entre pais (adultos) e filhos (crianças ou adolescentes).




*Rosely Sayão é psicóloga e consultora em educação, fala sobre as principais dificuldades vividas pela família e pela escola no ato de educar e dialoga sobre o dia-a-dia dessa relação.

domingo, 6 de outubro de 2013

Criança e criatividade: termos indissociáveis

Estando muito próximo do Dia das Crianças, é possível observar o burburinho do comércio e da mídia na oferta das melhores possibilidades de se atender aos seus pedidos e, supostamente, torná-las mais felizes.

Fiquei pensando sobre as reais necessidades de nossas crianças e os motivos que realmente as tornam felizes, contribuindo para uma infância e um desenvolvimento saudáveis.

Ken Robinson, especialista em criatividade na educação, faz uma análise bem humorada da atual conjuntura educacional, trazendo as imagens do modelo de linha de produção – fortemente presentes na escola – e os mecanismos que restringem a criatividade dos alunos. Nesse contexto, considera falsa a epidemia de TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) observada, e destaca os efeitos destruidores da medicalização nas crianças: “Um anestésico apaga os sentidos e muitos desses remédios fazem isso... Você se apaga do que está acontecendo. Estamos educando nossas crianças enquanto anestesiadas, enquanto deveríamos estar acordando-as para o que está dentro delas.”



Só se pode concluir que criança feliz é criança que pode explorar sua criatividade. Nesse sentindo, satisfazer os desejos infantis é o oposto de anestesiar seus sentidos, já que suas necessidades de atenção e afeto não podem ser substituídas por presentes... Nem remédios...

Vale lembrar, senhor ministro.

Em protesto silencioso, professores vencedores do prêmio Professores do Brasil,   erguem livro de Paulo Freire em foto oficial, com minist...