Com a propriedade de quem
trabalha na área da Educação há trinta e dois anos e desenvolve pesquisa na
área, diante de mais um artigo infame (para dizer o mínimo) do economista
Gustavo Ioschpe, publicado no último domingo, faço algumas observações.
Começo esclarecendo que Gustavo
Ioschpe não é um educador, não tem experiência docente, tampouco em funções de
gestão escolar. É um economista que, segundo consta, especializou-se em Economia
Educacional, embora não haja nenhum registro na plataforma Lattes/ CNPq em
seu nome.
Não vou me ater a detalhes dessa especialização, porque EU CONHEÇO a área da Educação e sei que não faz parte dela.
Não vou me ater a detalhes dessa especialização, porque EU CONHEÇO a área da Educação e sei que não faz parte dela.
Ainda que ele não seja um
profissional da Educação, é perfeitamente respeitável que ele faça críticas à
Educação no Brasil, afinal, quem de nós não tem críticas a fazer à Educação, à
Saúde e à própria Economia. Só não devemos esquecer que, quando
falamos de um assunto sobre o qual não temos conhecimento suficiente,
falamos do ponto de vista – no caso da Educação – de usuários.
Assim, considerando que Gustavo
Ioschpe não é especialista, ou docente, ou algo que o valha na educação
brasileira, seria razoável que não falasse tantas bobagens com a propriedade de
um expert.
Sim, a Educação no Brasil vai
mal por vários motivos que, considerados individualmente, não fazem nenhum
sentido; é preciso ter conhecimento amplo sobre essa área para entender por que
chegamos nesse ponto.
O que as pessoas que não se
debruçam na pesquisa sobre os problemas educacionais do país talvez não saibam, é que, há décadas, quem dá tom da Educação no Brasil são os economistas. Parece absurdo, mas é isso mesmo. Vivemos num
país economicamente fracassado, e nossos economistas, como Gustavo Ioschpe, têm
sempre a solução para o fracasso da Educação.
O que quero ressaltar aqui não é,
especialmente, o desrespeito com que essa pessoa trata os educadores, mas a
intenção desse tipo de discurso.
Quando dizemos que o Brasil só
vai mudar quando a Educação tiver qualidade, sabendo que este será um processo
lento, estamos empurrando a “solução” do Brasil para “depois de amanhã”, para
daqui a vinte ou trinta anos, quando o Brasil tiver educação de qualidade.
Esse discurso muda o foco de
atenção da política e da economia para a escola, a grande vilã, aquela que
emperra o desenvolvimento do país.
Assim, quero encerrar
recomendando a Gustavo Ioschpe que cuide daquilo para o qual ele tem formação,
e que vai muito mal: a Economia.
E ainda, considerando que não
tenho formação para fazer uma análise do discurso dele em seus artigos, não arrisquei
dizer bobagens, procurei quem tem, e
trago o link do blog BlaBlaBla, em
que Ana Maria Montardo faz uma análise das falácias de Gustavo Ioschpe:
As falácias de Gustavo Ioschpe. Muito bom!
No mais, cabe ressaltar que a participação dos diversos setores da sociedade no debate educacional é, e sempre será muito importante para transformar a Educação de nosso país.
As falácias de Gustavo Ioschpe. Muito bom!
No mais, cabe ressaltar que a participação dos diversos setores da sociedade no debate educacional é, e sempre será muito importante para transformar a Educação de nosso país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário