quarta-feira, 22 de junho de 2011

Tecnologia, trabalho e valores

Compartilho o texto abaixo, parte do Boletim “O QUE HÁ DE BOM POR AÍ” número 16, da Cleo Carneiro & Consultores Associados. Gosto muito da abordagem sobre a “mistura” do tempo profissional com o pessoal, da comunicação online sobreposta aos contatos pessoais e da consequente baixa das emoções aí envolvidas. Isto é sentido no dia-a-dia, e nas relações de trabalho, as pessoas deixam de falar, simplesmente escrevem; nas relações entre amigos e familiares não há mais disponibilidade integral, a parafernália eletrônica rouba a atenção o tempo todo. Temos um grande desafio pela frente!


Tecnologia, trabalho e valores

Sabemos que a invenção da imprensa trouxe ao mundo a abertura do conhecimento para legiões de pessoas que até então viviam na ignorância. Nos albores dos anos 90, com a invasão das novas tecnologias eletrônicas que prometiam a elevação da produtividade a níveis nunca antes pensados, era justo que pensássemos que o mesmo milagre iria acontecer.  O mundo ficaria muito melhor. Redução das horas de trabalho, mais lazer, mais horas junto à família ou adquirindo cultura,  e tantas outras coisas boas. Artigo publicado pelo Instituto Ethos www.ethos.org.br em seu boletim “Notícias da Semana” nº 572, escrito por Paulo Itacarambi e Cristina Spéra,  nos faz pensar que talvez as coisas estejam caminhando de maneira bem diferente.
Como a tecnologia invade sua vida em todas as horas, o tempo profissional mistura-se com o tempo pessoal. A comunicação “online” não exige a presença daquele com quem você fala, fazendo com que os contatos pessoais se tornem cada vez mais raros e isso, paulatinamente, faz com que se atenuem as emoções. Deixando de existir a emoção, extingue-se a vida emocional e sem esta não existe vida. Pesquisa recente constatou que na Inglaterra o descanso semanal passou de 48 horas para 27, num claro exemplo de que as pessoas hoje trabalham mais do que ontem. Dizem os autores, que os óbvios malefícios do que ocorre só poderão ser contornados através dos valores. São eles que poderão unir trabalho e emoção, mas que exigirá uma gestão responsável assentada em valores, transparência e diálogo, que tornam o ser humano menos individualista, fazendo-o sentir “que pertence a algo”.

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